Ronaldo: Hoje não me convocaria para a Copa

Ronaldo estipulou para o primeiro semestre de 2010 sua última tentativa de convencer o técnico Dunga a levá-lo para a Copa do Mundo da África do Sul. Em entrevista ao Arena SporTV na tarde desta terça e ao Programa do Jô (que vai ao ar ainda esta semana), o jogador disse que não se convocaria para a seleção neste momento, mas admite que este pode ser o maior esforço que faça na carreira.
- Vai depender do primeiro semestre. Vou ter que mostrar o meu melhor desempenho. Hoje, não me convocaria. A seleção está com um padrão muito bom. Vou fazer um grande esforço, talvez o maior da minha carreira. Vou me empenhar muito – afirmou. O Fenômeno abordou também assuntos polêmicos, como praticar sexo antes das partidas. Segundo ele, um dos melhores momentos que teve na carreira foi quando, no PSV e no Barcelona, tinha a liberação para dormir em casa nas vésperas das partidas. A concentração, aliás, foi uma das reclamações do craque durante a temporada no Corinthians. - Cientificamente, nunca foi comprovado nada (que fazer sexo atrapalha o desempenho). Isso é uma lenda. Hoje, os jogadores se concentram um dia antes e o clube coloca seguranças nos corredores para não deixar ninguém sair e ninguém entrar também. O que é uma pena. Eu já falei com o Mano Menezes, que gosta muito de concentração. Falei que no Barcelona e na Holanda, em jogos em casa, nós não concentrávamos. Nesses dois anos, minha média (de gols) sempre foi alta (risos) – contou.

Ronaldo recordou de histórias da Copa do Mundo de 1994, quando era o mais jovem do elenco, com apenas 17 anos. Na ocasião, ele teve o apoio de Romário para se transformar em titular na equipe de Carlos Alberto Parreira, mas, por causa de uma tímida entrevista, acabou ouvindo alguns palavrões do Baixinho.- O Romário me disse que daria uma entrevista falando que eu deveria ser titular. Ele queria que o ataque fosse eu, ele e o Bebeto. Depois dela, vieram (jornalistas) me perguntar e eu, com humildade, começando a carreira, respondi que quem decidiria era o Parreira. Foi uma resposta diplomática. O Romário me chamou e disse: “Você quer jogar ou não, c...? (risos). Eu falei: “Desculpa, senhor”. Falava senhor para todo mundo. Eu fazia tudo para os jogadores. O Romário era o que mais abusava. Ele pedia para que eu limpasse a chuteira dele, pegar café – disse. O ídolo corintiano elogiou mais uma vez o belga Luc Nilis, seu primeiro companheiro de ataque no PSV. De acordo com o Fenômeno, o jogador foi o que mais lhe deu assistências para marcar em toda a carreira. - No começo, a gente só se entendia por mímica. Depois de um ano e meio, aprendi o holandês, mas fui embora e nunca mais encontrei um holandês para praticar (risos) – brincou o camisa 9 do Timão. Ronaldo lembrou também dos momentos difíceis antes de se transformar em uma estrela do futebol mundial. Antes de ser descoberto no São Cristóvão, o atacante tentou jogar pelo Flamengo, mas, por causa do pouco dinheiro da família, acabou desistindo de vestir a camisa do seu clube do coração. - Minha família fazia um esforço tremendo porque não tinha dinheiro para a condição. Quem coordenava a peneira no Flamengo era o Cantarelli, ex-goleiro. Passei na primeira, voltei na segunda e passei também. Mas minha mãe falou que por estar me dando dinheiro para a passagem, estava faltando para a comida. Então, fui para o São Cristóvão, que era mais perto. Só precisava de uma condução e na estação tinha um buraco amigo muito frequentado. Com o dinheiro economizado, comprava um lanche - lembrou.